A força dos vovós e das vovôs
(Caio Augusto)
(Texto Jornal de Umbanda Portal Caminhos de Ogum ed. 05/ano 2013)
"AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO"
Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho,
fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De
seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela
face e... Foram sete.
A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em
busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas
mentes ofuscadas não podem conceber;
A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam,
desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam
alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;
A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a
umbanda em busca de vingança, desejando sempre
prejudicar ao semelhante;
A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe
uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de
qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;
A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos
lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito:
creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas
somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou
daquilo;
A Sexta... Aos fúteis, que vão de centro em centro, não
acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus
olhos revelam um interesse diferente;
A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à
última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os
Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no
Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que
existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas
criancinhas precisando de amparo material e espiritual.