A força dos vovós e das vovôs



A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo (Caio Augusto)

(Texto Jornal de Umbanda Portal Caminhos de Ogum ed. 05/ano 2013)

A falar dessa linha que nos encanta dia a dia, que nos acalma que sabe falar o certo sem nos alterar, que com um simples gesto com seu cachimbo nós deixa numa paz profunda, numa luz divida. A linha dos pretos velhos na Umbanda é uma das mais antigas fundadoras da religião, os pretos velhos são da linha das almas, linhas de Omolu, são cultuados com uma vela branca, ou uma bicolor preta e branca, trabalham geralmente, com cajados e bengalas, cachimbos ou cigarros de palha, ou cigarros normais depende da entidade, chapel de palha, sempre humildes com gestos bem simples, uns com rosários enormes de rezas e mirongas outros com um simples galinho de arruda, essa linha é uma linha de um mistério infinito. Muitos no começo taxavam a linha falando, "como um preto do terreiro vai saber algo, si mal sabia escrever, vai ensinar oque a quem" a sim a ignorância sempre querendo ser maior que a razão, fora que esses mestres falam com as pessoas, não de forma mestrada mais de forma de um conhecimento bruto, suas magias e mandingas que só quem vivia de baixo de um chicote sabia, sua vivencia e bagagem nos mostra, que somos ainda muito inferiores pois não damos um pingo de valor para tudo que temos, e muito menos a nossa liberdade. axé e salve os Pretos Velhos.


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"AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO" Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e... Foram sete. A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber; A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam; A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante; A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;
A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo; A Sexta... Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente; A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.